25. E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado?26. E, ouvindo isto, o centurião foi, e anunciou ao tribuno, dizendo: Vê o que vais fazer, porque este homem é romano.27. E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim.28. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento.29. E logo dele se apartaram os que o haviam de examinar; e até o tribuno teve temor, quando soube que era romano, visto que o tinha ligado.
Em muitos países, os cristãos enfrentam perseguição por causa da sua fé. Eles são discriminados, hostilizados, presos, torturados e até mortos por seguirem a Jesus. Nesses lugares, a liberdade religiosa é frequentemente violada ou ignorada pelas autoridades. Como os cristãos devem se posicionar diante dessa realidade? Como eles podem fazer uso da Lei para defender seus direitos e testemunhar do evangelho?
A Bíblia nos ensina que a Lei de Deus é boa, santa e justa (Romanos 7:12). Ela revela a vontade de Deus para a humanidade e nos mostra o nosso pecado e a nossa necessidade de salvação (Romanos 3:20). A Lei também tem uma função civil, de restringir o mal e promover a ordem e a paz na sociedade (1 Timóteo 1:8-11). Por isso, os cristãos devem respeitar as autoridades que Deus colocou sobre eles, obedecendo às leis que não contradizem a Palavra de Deus (Romanos 13:1-7; 1 Pedro 2:13-17).
No entanto, há situações em que as autoridades se opõem à Lei de Deus e exigem dos cristãos que neguem ou abandonem a sua fé. Nesses casos, os cristãos devem obedecer a Deus antes que aos homens, mesmo que isso signifique sofrer as consequências (Atos 4:18-20; 5.27-29). Os cristãos não devem se conformar com o mundo, mas ser sal e luz em meio às trevas (Romanos 12:1-2; Mateus 5:13-16).
Isso não significa que os cristãos devem ser rebeldes ou violentos, mas sim que eles devem usar os meios legais disponíveis para reivindicar seus direitos e denunciar as injustiças. Por exemplo, o apóstolo Paulo usou da sua cidadania romana para escapar de um castigo ilegal e para apelar ao imperador quando foi acusado falsamente pelos judeus (Atos 16.35-40; 22.22-29; 25.10-12). Ele também escreveu cartas às igrejas, aos líderes e às autoridades, expondo a sua defesa do evangelho e pedindo oração e apoio (Efésios 6.18-20; Filipenses 1.12-14; 2 Timóteo 4.16-18).
Os cristãos de hoje podem seguir o exemplo de Paulo e de outros irmãos que fizeram uso sábio da Lei num contexto de perseguição. Eles podem se informar sobre as leis do seu país e sobre os tratados internacionais que garantem a liberdade religiosa. Eles podem recorrer aos tribunais, às organizações de direitos humanos e à mídia para denunciar os abusos e as violações que sofrem. Eles podem se unir a outros cristãos e a outras minorias religiosas para formar uma voz mais forte na sociedade. Eles podem também apoiar os cristãos perseguidos em outros países, orando por eles, enviando cartas, recursos e ajuda humanitária.
Fazer uso sábio da Lei num contexto de perseguição não é uma forma de escapar do sofrimento ou de buscar a glória humana. É uma forma de honrar a Deus, de amar o próximo e de cumprir a missão que Ele nos confiou. É uma forma de mostrar ao mundo que o evangelho é verdadeiro, poderoso e transformador. É uma forma de glorificar a Deus com toda a nossa vida.