4 E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém.
O livro de Atos dos Apóstolos nos mostra como a Igreja primitiva se organizou para cumprir a missão que Jesus lhe confiou. Um dos aspectos dessa organização foi a elaboração de normas e orientações para os cristãos que viviam em diferentes lugares e culturas. Um exemplo disso é o que lemos em Atos 16.4:
“Enquanto viajavam pelas cidades, transmitiam aos irmãos as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros em Jerusalém, para que as observassem.”
Essas decisões se referem ao chamado Concílio de Jerusalém, que aconteceu no capítulo 15 de Atos. Nesse concílio, os líderes da Igreja discutiram sobre a questão da circuncisão dos gentios que se convertiam ao cristianismo. Depois de um intenso debate, eles chegaram a um consenso de que não era necessário impor esse ritual aos novos crentes, mas apenas algumas normas básicas de conduta moral e religiosa (Atos 15.19-21).
O que podemos aprender com esse episódio?
Em primeiro lugar, que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, que lhe dá sabedoria e discernimento para resolver os conflitos e as questões doutrinárias que surgem ao longo da história.
Em segundo lugar, que a Igreja é uma comunidade de comunidades, que se comunica e se apoia mutuamente, respeitando a diversidade e a unidade.
Em terceiro lugar, que a Igreja é uma instituição divina e humana, que precisa de regras e normas para garantir a sua fidelidade ao Evangelho e a sua eficácia na missão.
Portanto, devemos valorizar e obedecer às orientações da Igreja, que são fruto do trabalho dos apóstolos e dos seus sucessores, inspirados pelo Espírito Santo. Ao mesmo tempo, devemos estar atentos aos sinais dos tempos e às necessidades do mundo atual, para que a Igreja seja sempre uma luz e um sal para a humanidade.