ARA – Almeida Revista Atualizada
A parábola da panela
1 Veio a mim a palavra do SENHOR, em o nono ano, no décimo mês, aos dez dias do mês, dizendo:
2Filho do homem, escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; porque o rei da Babilônia se atira contra Jerusalém neste dia.
3Propõe uma parábola à casa rebelde e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Põe ao lume a panela, põe-na, deita-lhe água dentro,
4ajunta nela pedaços de carne, todos os bons pedaços, as coxas e as espáduas; enche-a de ossos escolhidos.
5Pega do melhor do rebanho e empilha lenha debaixo dela; faze-a ferver bem, e cozam-se dentro dela os ossos.
6Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Ai da cidade sanguinária, da panela cheia de ferrugem, ferrugem que não foi tirada dela! Tira de dentro a carne, pedaço por pedaço, sem escolha.
7Porque a culpa de sangue está no meio dela; derramou-o sobre penha descalvada e não sobre a terra, para o cobrir com o pó;
8para fazer subir a indignação, para tomar vingança, eu pus o seu sangue numa penha descalvada, para que não fosse coberto.
9Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Ai da cidade sanguinária! Também eu farei pilha grande.
10Amontoa muita lenha, acende o fogo, cozinha a carne, engrossa o caldo, e ardam os ossos.
11Então, porás a panela vazia sobre as brasas, para que ela aqueça, o seu cobre se torne candente, funda-se a sua imundícia dentro dela, e se consuma a sua ferrugem.
12Trabalho inútil! Não sai dela a sua muita ferrugem, nem pelo fogo.
13Na tua imundícia está a luxúria; porque eu quis purificar-te, e não te purificaste, não serás nunca purificada da tua imundícia, até que eu tenha satisfeito o meu furor contra ti.
14Eu, o SENHOR, o disse: será assim, e eu o farei; não tornarei atrás, não pouparei, nem me arrependerei; segundo os teus caminhos e segundo os teus feitos, serás julgada, diz o SENHOR Deus.
Predição da ruína de Jerusalém
15¶ Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
16Filho do homem, eis que, às súbitas, tirarei a delícia dos teus olhos, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas.
17Geme em silêncio, não faças lamentação pelos mortos, prende o teu turbante, mete as tuas sandálias nos pés, não cubras os bigodes e não comas o pão que te mandam.
18Falei ao povo pela manhã, e, à tarde, morreu minha mulher; na manhã seguinte, fiz segundo me havia sido mandado.
19Então, me disse o povo: Não nos farás saber o que significam estas coisas que estás fazendo?
20Eu lhes disse: Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
21Dize à casa de Israel: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu profanarei o meu santuário, objeto do vosso mais alto orgulho, delícia dos vossos olhos e anelo de vossa alma; vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada.
22Fareis como eu fiz: não cobrireis os bigodes, nem comereis o pão que vos mandam.
23Trareis à cabeça os vossos turbantes e as vossas sandálias, nos pés; não lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas iniqüidades e gemereis uns com os outros.
24Assim vos servirá Ezequiel de sinal; segundo tudo o que ele fez, assim fareis. Quando isso acontecer, sabereis que eu sou o SENHOR Deus.
25Filho do homem, não sucederá que, no dia em que eu lhes tirar o objeto do seu orgulho, o seu júbilo, a sua glória, a delícia dos seus olhos e o anelo de sua alma e a seus filhos e suas filhas,
26nesse dia, virá ter contigo algum que escapar, para te dar a notícia pessoalmente?
27Nesse dia, abrir-se-á a tua boca para com aquele que escapar; falarás e já não ficarás mudo. Assim, lhes servirás de sinal, e saberão que eu sou o SENHOR.